O Google anuncia que está criando um bloqueador de anúncios para o Chrome, algo que poderia ter implicações significativas para o setor de marketing digital.
Fonte: Gigaom.
Blog oficial do Google anuncia que está criando um bloqueador de anúncios para o Chrome:
Através do blog oficial do Google, o vice-presidente sênior de anúncios e comércio, Sridhar Ramaswamy, contou que a empresa planeja que o Chrome interrompa a exibição de anúncios, incluindo aqueles fornecidos pelo próprio Google, em sites que não são compatíveis com os Better Ads Standards (padrões para anúncios melhores) a partir do início de 2018.
Atualmente, o Chrome é o navegador mais utilizado para web em desktop, com cerca de 41,6% de participação no mercado. E, enquanto o uso dos celulares está em alta, o uso do bloqueio de anúncios é significativamente mais proeminente no desktop (18% contra 1% no celular, de acordo com uma pesquisa divulgada no site Advertising Age).
O Google espera que, ao adotar as preocupações dos usuários de desktop, eles consigam evitar o aumento do uso de bloqueadores de anúncios em dispositivos móveis, ao mesmo tempo em que mantêm mais controle sobre o mercado do qual mais dependem de suas receitas.
Em termos de quais anúncios serão, mais especificamente, penalizados, o Google faz referência as pesquisas conduzidas pela Coalition for Better Ads (da qual ele próprio é um dos fundadores). Conforme explicado por Ramaswarmy:
Fonte: M&M Global.
“A grande maioria dos criadores de conteúdo on-line financiam seu trabalho com publicidade. Isso significa que eles querem que os anúncios que funcionam em seus sites sejam convincentes, úteis e envolventes – algo que as pessoas realmente querem ver e interagir. Mas, na realidade, o que é muito comum é que as pessoas encontrem anúncios irritantes e intrusivos na web – como o tipo que toca música de forma inesperada ou força você a esperar 10 segundos antes de poder ver o conteúdo na página. Essas experiências frustrantes podem levar algumas pessoas a bloquear todos os anúncios, que possuam grande importância aos criadores de conteúdo, jornalistas, desenvolvedores e videographers que dependem deles para financiar sua criação de conteúdo“.
Ao longo dos últimos anos, o número de bloqueadores de anúncios aumentou para se tornar o espectro da destruição do marketing online. E, quanto mais e mais pessoas estão gastando seu tempo online, mais a adoção desses bloqueadores também têm aumentando.
De acordo com o relatório da Adblock, cerca de 11% de todos os usuários da web usam algum tipo de bloqueio de anúncios, uma taxa que aumentou 30% em relação ao relatório anterior. As taxas de adoção de bloqueadores de anúncios estão aumentando de forma constante em alguns dos principais mercados globais para os grandes gigantes da tecnologia.
Isso é, obviamente, uma grande preocupação tanto para o Facebook quanto para o Google, que coletivamente capturam cerca de 77% do gasto total de anúncios digitais só nos Estados Unidos, onde ambos geram a grande maioria de seus rendimentos.
Fonte: El Confidencial.
Para contrariar isso, o Facebook tentou bloquear os bloqueadores de anúncios em sua plataforma para garantir que seus anúncios ainda sejam exibidos, enquanto o Google buscou penalizar páginas que fornecem experiências de anúncios ruins.
Cada uma dessas iniciativas gerou resultados mistos mas, através da opção do Chrome, o Google pode ter uma medida mais substancial para se apoiar, o que pode ajudar a melhorar a qualidade dos anúncios exibidos e, por sua vez, reduzir a adoção de bloqueadores de anúncios. Ou seja, o Google segue em sua eterna busca de melhorar a experiência para seus usuários.
Como observado, tanto o Google como o Facebook são membros da Coalition for Better Ads, que foi fundada em 2017 em parceria com um grupo de principais associações comerciais internacionais e empresas envolvidas em mídia online.
O objetivo do grupo é, essencialmente, combater o aumento do bloqueio de anúncios ao juntar seus conhecimentos e recursos em um esforço para desenvolver e implementar novos padrões globais de publicidade on-line, evitando abusos no conteúdo dos anúncios e dos próprios anunciantes.
Fonte: Propmark.
De acordo com Oliver von Wersch, diretor-gerente da Gruner+Jahr e membro da Coalition for Better Ads, a amplitude desta coalizão enfatiza a crença do grupo de que um esforço unificado em todo o setor impulsionará a mudança que os consumidores desejam. Este é o principal impulso para a existência da coalizão e para formulação de um plano para descobrir o que está levando os usuários a usar bloqueadores de anúncios.
E eles já estão produzindo resultados: em fevereiro, o YouTube (que pertence ao Google) anunciou que removerá anúncios pré-exibição de 30 segundos ou mais a partir de 2018, o que foi frustrante para muito anunciantes. Em maio, o Facebook anunciou estar introduzindo uma nova medida dentro do seu algoritmo para reduzir o alcance do conteúdo de sites que são carregados com anúncios intrusivos.
Embora nenhum desses anúncios tenham sido apresentados como um resultado direto da formação da Coalition for Better Ads, ambos estão vinculados as tendências e ao conteúdo de anúncios identificados pelas pesquisas da coalizão como problemáticos, levando essas empresas a uma ação mais profunda.
Claro que dar o controle do Google sobre os anúncios que ele mostrará e não mostrará também lhes dará muitas vantagens no mercado. Eles poderiam, por exemplo, começar a bloquear anúncios que não sejam do Google para aumentar o valor de suas próprias ofertas. E esse é um elemento que os órgãos reguladores, sem dúvida, estarão observando.
Fonte: Freepik.
Mas, de um modo geral, ter um bloqueador de anúncios para o Chrome faz sentido e deve ajudar a oferecer uma melhor experiência para os usuários. Para ajudar as marcas a se preparar para a próxima mudança, o Google também colocou no ar um novo relatório de experiência de anúncios para ajudar os editores a entender como seus padrões para anúncios melhores se aplicam aos sites.
A ferramenta fornece screenshots e vídeos de experiências de anúncios que podem irritar os usuários que os sistemas do Google identificaram como problemáticos, o que deve se tornar mais fácil para os donos de sites e anunciantes encontrarem e corrigirem os problemas.
O relatório do Google sublinha que os bloqueadores de anúncios são uma preocupação séria para o marketing digital. Porém, a possibilidade de não bloquear completamente todos os anúncios, mas de mostrar apenas o que é relevante para cada pessoa, é algo que agrada tanto anunciantes quanto usuários.
Fonte: Naked Security.
O que você achou da criação de um bloqueador de anúncios para o Chrome?